sexta-feira, 27 de março de 2015

Possibilidades de variação de jogos - LINCE



Olá! 
Hoje o post será o primeiro de uma série que irei realizar, sobre os jogos/brincadeiras e suas variações.
Nos atendimentos da Terapia Ocupacional, todos  realizados com atividades, sejam elas, meio e/ou fim do objetivo traçado, utilizamos os jogos, brinquedos e brincadeiras comuns do contexto da infância. 
Estes recursos vem com regras de como devem ser executados, mas isso não significa que não seja possível decompor as características deles, graduando de modo que o maior número de crianças possa ser estimulada. 
Este é o objetivo deste post, mostrar algumas variações que realizei a partir do jogo original, baseada na análise da atividade de cada paciente. 
As variações logicamente podem ser realizadas para qualquer criança, o que possibilita também maiores estímulos cognitivos, principalmente criatividade e flexibilidade cognitiva, quando eles percebem que podem criar novas formas de brincar. 


O jogo original é uma competição, onde cada jogador recebe 3 fichas, o jogador que conseguir localizar as 3 figuras em mais rapido, ganha uma pedrinha. Vence o jogo quem juntar mais pedrinhas. Um modo excelente para trabalhar atenção, agilidade, concentração, percepção de figura fundo, socialização, aceitação de regras, limiar de frustração, entre outras habilidade essenciais no processo de aprendizado. 
A criança em atendimento de TO pode apresentar características que devem ser estimuladas, e pode ser que a forma convencional não seja a mais indicada para o estímulo, e por isso, nós adaptamos. 


  • Nesta foto utilizei as fichas do jogo para trabalhar com uma criança de 3 anos, aspectos cognitivos da fase de pré alfabetização, aquela fase em que se aprendem conceitos básicos de categoria, contagem, formas, localização espaço temporal, etc. A fase de desenvolvimento em que a criança se encontra é fundamental para realização do estímulo correto. A brincadeira foi de separar os animais por "locais onde eles moram". Foi possível com essa variação trabalhar a localização espacial (em cima, embaixo, meio), noção de quantidade, brincadeira simbólica (montar o zoológico, imitar os animais, quais são bonzinhos e quais são bravos, etc), aumentar repertório lúdico, modular comportamento (atividade que exige atenção sustentada e quietude). 





  • Na imagem acima, o objetivo era mediar através da atividade, o treino de preensão trípode, na criança de 5 anos. Realizar treino de escrita, é literalmente chato, e por isso em atendimentos de reabilitação infantil, tudo é permeado por alguma atividade lúdica. A idéia foi sortear as fichas e fazer um desenho igual. Trabalhamos a aceitação e a segurança diante do imprevisto, o pensamento, atenção e expressão; a persistência ao colorir e limiar de frustração diante de erros. A preensão (para mim figura, para ele fundo) foi trabalhada durante todo atendimento, sem aparecessem as queixas de dor, cansaço, sono, fome, ou qualquer outra que o tirasse daquele esforço. Utilizei a tampa da canetinha para enfatizar a função de apoio de 4º e 5º dedos, liberando o 1º 2º e 3º dedos para função de pinça. 

Existem outras variações possíveis, como trabalhar memória (lembrar fichas selecionadas, falar animais que não foram encontrados dentre as fichas), categorizar as fichas por grupos (animais, alimentos, objetos, meios de transporte, etc), e mais o que nossa mente criar de acordo com o momento da criança. 

A idéia é: INVENTE!!!!

Grande abraço. 
Priscila Boy, 
Terapeuta Ocupacional. 

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