sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Dica Brincadeira Sensorial


Olá! 
Nesta semana realizei essa atividade com um dos meus pequenos. Ele foi encaminhado para terapia ocupacional, dentre outros motivos, por apresentar uma resistência sensorial tátil que o limitava em suas atividades escolares e de brincadeira; os transtornos sensoriais dessa criança também se refletem na alimentação, com quantidade muito pequena, ele atinge a saciedade, além de apresentar uma gama de restrições de sabores, texturas e temperaturas. Somente sinaliza fome quando esta é intensa. Há também uma dificuldade de identificação sensorial tátil, inclusive de identificação de sensações esfinterianas. Por fim, ele tem atraso importante no desenvolvimento da preensão, às vésperas de completar 5 anos, ainda utiliza preensão palmar e fraqueza no traçado. 

Todas essas demandas causam déficits ocupacionais importantes à criança, em todas as suas áreas de ocupação (brincar, educação e auto-cuidado) sendo claramente, demandas para o atendimento do Terapeuta Ocupacional. 

Nesta atividade tive o objetivo de introduzir a aceitação da brincadeira sensorial. A criança deve transferir o líquido de um pote para outro, utilizando a esponja. Durante essa brincadeira o trabalho de fortalecimento de membros superiores é bastante presente e com possibilidades de graduação de dificuldade bem possíveis. A temperatura da água, a sensação da mesma escorrendo pelas mãos e braços e respingando no corpo, o cheiro e textura da espuma, são sensações táteis que vão estimulando o cérebro da criança e gerando desconforto e consequente adaptação e acomodação ao estímulo. Essa brincadeira é de fácil aceitação e pode ser usada para iniciar as brincadeiras que até então permeiam o universo de recusa, pois água, esponja e espuma são sensações corriqueiras do cotidiano de qualquer criança, e parte da teoria da Integração Sensorial parte  do conceito de que todo estimulo deve ser dado para que a criança tolere e então seja possível a acomodação e aceitação de estímulos mais intensos, de modo que o progresso seja a participação nas diversas atividades, sem recusas. 


Como graduar a dificuldade dessa atividade?

  • Quantidade de líquido;
  • Quantidade de espuma; 
  • Viscosidade do líquido; 
  • Atribuição de outro estímulo sensorial simultâneo, como por exemplo, adicionar cor à espuma, ou modificar postura durante tarefa se a criança tolerar (sentado em superfície instável); 
  • Estender os ombros durante a força para espremer; 
  • Fazer com uma mão apenas, etc. 
E o mais importante! Ele AMOU a brincadeira!!! 

Dúvidas? 
priscila_boy@yahoo.com.br
facebook: Priscila Boy Terapeuta Ocupacional
Instagram: @priscilaboyterap.ocupacionalbh

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Vamos Retirar a Fralda?



Crianças com desenvolvimento típico inciam processo de controle esfincteriano por volta dos 24 meses (sim, pode ser um pouco antes ou um pouco depois). 

O desenvolvimento desse controle depende de maturação fisiológica (perceber e controlar as sensações de seu corpo), de questões psicoafetivas como relação com os pais e comportamento da criança, e por fim, de questões socioculturais como por exemplo, ambiente e incidência de pressão sobre a criança. 


Além disso, alguns fatores podem influenciar na aquisição do controle como: sexo, idade de início do treinamento, quantidade de tentativas anteriores, fatores culturais e eventos estressantes. 

Vale ressaltar que as dicas a seguir servem para o treinamento de crianças neurotípicas ou não, sendo necessário saber o momento ideal para o treinamento. No caso da criança com deficiência, é ideal que o Terapeuta Ocupacional que a acompanha realize as orientações, mas no geral, as dicas e estratégias básicas, para aquisição de independência nesta Atividade Básica de Vida Diária (ABVD) são essas: 
 
Toda criança necessita de ROTINA, por isso é fundamental que no início do treinamento, as visitas ao banheiro aconteçam em intervalos de tempo cronometrados. Inicie com intervalos de 30 minutos. Posteriormente aumentando em frações de 15 minutos, até que a criança comece a verbalizar e identificar a necessidade de ir e adquira autonomia para ir sozinha. 
Acidentes VÃO ACONTECER!!!!! 
Nesses casos a postura dos pais é DETERMINANTE. Não repreenda. Não xingue. Não grite. Não puna. ORIENTE, ACOLHA e INCENTIVE para que da próxima vez ele consiga ir a tempo para o banheiro.  
Seja COERENTE!
Durante o treinamento para retirada da fralda, toda eliminação deve ser feita no banheiro. Se a criança verbalizar a necessidade de ir JAMAIS diga "você está de fralda, pode fazer!", isso confunde a cabecinha dela. Se estiver em local que não há possibilidade de ir ao banheiro, oriente que a criança tente segurar, porém, já esperando por um acidente ou uso da fralda. 
IMPORTANTE: no inicio do treinamento, deixe a criança sem fralda em ambientes seguros (casa, escola, casa de familiares) e coloque a fralda para ir a locais onde não tem acesso fácil ao banheiro a fim de evitar a exposição e constrangimento da criança. 
A retirada da fralda é um marco de desenvolvimento importantíssimo! Até o vencimento do processo, o cocô e o xixi são para a criança, parte de seu corpo, e por isso, pode ser "dolorosa" a sensação de eliminar "parte de seu corpo". Por isso, sempre que obter sucesso no uso do sanitário
, parabenize a criança, ofereça explicações simples sobre o processo, vibre, bata palmas e dê tchau ao dar descarga, orientando à criança a perceber que fez algo bom! 

A criança precisa estar segura. Ou tenha um redutor sanitário ou mantenha um penico no banheiro até que ela aceite o uso do vaso adulto. Outra forma de perceber que o vaso não vai a "engolir" (pode ser essa a sensação de uma criança ao sentar no vaso sem redutor) é permitir que ela veja o uso do mesmo pelos seus pais. Oferecer apoio para os pés também confere grande estabilidade e segurança, além de facilitar o emprego de força durante evacuação. 
Não exija que a criança fique muito tempo sentada no vaso. Isso causa frustração e intimida. Lembre-se ela ainda não controla seu esfincter, portanto, prendê-lo ou soltá-lo não é tão fácil assim!!


Para aliviar o stress do treino, principalmente na hora de evacuar, permite que a criança leve seu brinquedo de preferencia para o banheiro. É possível que ela se distraia e consiga eliminar sem exatamente se preocupar com seu desempenho! 
O controle noturno é mais demorado. Portanto mantenha a fralda noturna. Para retirá-la você vai observar a frequência com que tem amanhacido seca e então decida o momento de retirar. 

CARINHO PERSISTÊNCIA e DEDICAÇÃO fazem toda diferença. 

Espero que sejam dicas úteis. Mãos a obra! 

Dúvidas? 
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Não foi uma sessão de Terapia Ocupacional, mas foi terapêutico!





Em plena segunda de carnaval, não poderia deixar de postar o que aconteceu! Não há como dizer que foi uma sessão de Terapia Ocupacional, porque se trata do meu avô (o vô Boy), mas também não há como afirmar que não foi terapêutico.

Meu avô tem enfrentado as dificuldades do envelhecimento. Com quadro demencial, tem perdido algumas funções, dentre elas, a de dirigir, o que pra ele tem sido bastante frustrante. Ele é capaz de compreender que não pode mais dirigir por longos trechos ou em locais de trânsito intenso, mas não aceita ainda o fato de não poder mais, ser dono do seu ir e vir (de carro).

Recentemente foi ao geriatra e colocou sobre sua insatisfação com essa limitação. O mesmo fez alguns testes de reflexo e atenção, e como esperado, meu avô não correspondeu de forma adequada. 

Hoje, fiz com ele essa “brincadeira” e durante a execução fui traçando analogia entre a atividade e o ato de dirigir. Não tinha objetivos previamente estabelecidos, fui conversando com ele e a atividade surgindo. Através dela ele compreendeu (pelo menos no momento) sua dificuldade com movimento sequencial, atenção, velocidade de seus reflexos, memória, resolução de problemas, antecipação da ação do outro, etc. 

O positivo dessa história, foi que se eu propor a realizar sessões de estimulo cognitivo com ele frequentemente, não serei bem sucedida (santo de casa não faz milagre), mas, o fato de eu ter a compreensão do significado dessa atividade para ele ajudou a diminuir a frustração do “não” dado pelo médico. Ele guardou os cartões com os números e disse que vai treinar, para que quando voltar ao médico “provar” a ele que pode sim dirigir “só daqui ali na igreja” (outra atividade extremamente significativa).

Outro ponto positivo também, foi uma nova atividade que "descobri" para melhorar nossa intervenção. 

A ideia é ter as mãos dos participantes intercaladas (como na foto) de modo que sua próxima ação, seja seguida pela ação do colega ou terapeuta. Nessa atividade, podemos trabalhar questões afetivas, sociais e percepto-cognitivas. É uma atividade que permite diversas variações, como número de participantes, sequenciamento por números, cores ou letras por exemplo, controle sequencial visual ou auditivo ou ambos, ordens de comando para mudar a direção das batidas e por ai vai, de acordo com as habilidade de nossos pacientes e criatividade dos terapeutas. 

Terapeuta é assim, de uma simples conversa ou visita, encontramos possibilidades ricas de estímulos.  


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Visita/atendimento domiciliar na atuação do Terapeuta Ocupacional


      


      De acordo com a regulamentação do COFFITO, você deve encontrar o profissional terapeuta ocupacional em hospitais gerais, ambulatórios, consultórios, clínica dia, projetos sociais, sistema prisional, órgãos de controle social, creches e escolas, empresas e comunidades terapêuticas. Nós, TOs, sabemos que além destes, outros espaços tem grande potencial para nossa intervenção, e um espaço importantíssimo é a casa da pessoa em atendimento.

      A visita e atendimento domiciliar, mais comum no acompanhamento de pessoas idosas, é diferencial nas diversas áreas de intervenção - criança, adulto e idoso-.
         Cavalcante et al (2007), apontam 5 finalidades para essa modalidade de atendimento:

  • ·        Preventivo – identificação de quadro clinico situacional ou agravamento de quadro crônico;
  • ·        Curativo – para solução do quadro atual do paciente;
  • ·        Paliativo – quando não há possibilidade de cura ou reabilitação e tem objetivo de proporcionar conforto e bem estar;
  • ·        Reabilitador – para restauração de padrões de desempenho e
  • ·        Educativo – com foco na mudança de rotinas e hábitos através de orientações e aprendizagem.

       De acordo com a terminologia oficial pela ANVISA e Ministério da Saúde (2006), visita domiciliar é um contato pontual para coleta de informações e/ou oferta de orientações; já o atendimento domiciliar é o conjunto de atividades programadas e continuadas, de caráter ambulatorial, desenvolvidas no domicilio.

        Após teoria e terminologia, aponto que na intervenção do terapeuta ocupacional, profissional que considera o indivíduo em atividade nos seus diversos contextos e papéis ocupacionais, a  casa do paciente/cliente é,  um espaço de enormes possibilidades e de grande importância para o sucesso do processo terapêutico, no qual podemo identificar padrões de desempenho ocupacional. 

       Barreiras físicas, organização de mobília e utensílios, qualidade de iluminação, quantidade de informações no ambiente, entre diversos outros fatores, são de bastante importância para a coerência de nossas orientações, para viabilidade dos treinos realizados, para orientar alterações necessárias e possíveis dentro dos contextos.

       Seja a opção pactuada (terapeuta x família x paciente) por visita ou atendimento domiciliar, sabe-se que neste ambiente podemos identificar diversos itens que influenciam diretamente na qualidade do desempenho ocupacional da pessoa, na sua independência e autonomia no lar.

       E você, tem dentro do plano de tratamento, a visita domiciliar? 

sábado, 7 de fevereiro de 2015



Terapia Ocupacional ????

De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), órgão que normatiza e fiscaliza as profissões no nosso país,  a Terapia Ocupacional é uma profissão das áreas da saúde e social, que tem como público alvo, pessoas que tenham alterações cognitivas, físicas, sensoriais, afetivas, perceptivas e psicomotoras, ocasionadas por distúrbios genéticos, traumáticos e/ou condições de saúde adquiridas permanente ou temporariamente. O T.O. utiliza-se da atividade humana para concretizar seu processo de (re)habilitação das funções práxicas, considerando interesse, faixa etária, contextos e desenvolvimento do indivíduo.
Práxis é o conjunto de atividades humanas. É o processo pelo qual uma teoria, lição ou habilidade é executada ou praticada, se convertendo em parte da experiência vivida. Por isso, nós terapeutas ocupacionais, intervimos junto àqueles com disfunções práxicas.
As Ocupações Humanas – objeto de estudo do Terapeuta Ocupacional (entenda então o porquê do ‘OCUPAC’ional pelo radical dessa palavra)  são classificadas em 6 grupos de atividades significativas (entenda também, significativas a partir do pressuposto que a pessoa impedida de executá-las, por qualquer razão, estará em situação de sofrimento, desvantagem ou exclusão), são elas:
ü  Auto-cuidado (higiene pessoal, alimentar-se, vertir/despir, etc);
ü  Brincar (meio pelo qual as crianças se desenvolvem);
ü  Trabalho (meio pelo qual o homem torna-se útil e produtivo);
ü  Lazer (atividade prazerosa e de manutenção da saúde mental);
ü  Participação Social e (Funções exercidas em comunidade)
ü  Educação (direito de toda criança em igualdade de condições e acessibilidade)

Assim, qualquer situação que gere déficit ocupacional nas áreas citadas acima, deve ser tratada pelo terapeuta ocupacional!

Dúvidas? Envie sua para priscila_boy@yahoo.com.br ou nas mensagens do Blog!
Espero que gostem do Blog.
Sejam bem-vindos!