sábado, 4 de abril de 2015

O Plano Inclinado - Considerações sobre uso






O Plano Inclinado é um produto assistivo bastante conhecido por profissionais, pais e professores. É um recurso elaborado para facilitar o desempenho da criança nas atividades de escrita/leitura, comumente utilizado em ambiente escolar, mas com prescrições também para uso em casa. Normalmente é um produto prescrito à crianças com atraso neuromotor, por Terapeutas Ocupacionais, ou outro profissional capacitado à prescrição de produtos de Tecnologia Assistiva.  

O objetivo do produto é tornar a criança mais funcional dentro de suas habilidades escolares. Ressalto que TODO produto assistivo DEVE ter esse objetivo - A FUNCIONALIDADE!  

A inclinação deve ser calculada pelo profissional, de modo que o desempenho seja melhorado e facilitado, e também de forma que, novas aquisições não sejam bloqueadas (quando o recurso oferece facilitação além do necessário). 

Cada criança terá seu plano prescrito de acordo com suas necessidades, intensidade de uso, local de uso e será treinada para o uso, bem como seus pais e professores. 

A título de exemplo, o Plano Inclinado pode ser  prescrito para que a criança com dificuldade de controle cervical tenha seu esforço muscular reduzido e seu aproveitamento da aula/tarefa potencializado; pode ser prescrito também, para que a amplitude de movimento (ADM) seja menor (olhar para o caderno em plano reto e o quadro - 90º) e que sua atenção e velocidade de cópia sejam melhorados ao mesmo tempo em que seu cansaço é diminuído. 

Por esses motivos e outros, a inclinação deve ser calculada, adequando o padrão de movimento, alinhamento postural e funcionalidade da criança. É interessante que essa inclinação seja regulável para que o plano seja utilizado por mais tempo. 

Chamo a atenção para o fato de que não basta indicar e "por a criança para usar" o plano. Todo alinhamento postural deve ser analisado e promovido para que a utilização do produto não traga agravos à saúde da criança. Devemos garantir ergonomia adequada de todo mobiliário utilizado

Chamo a atenção também para outro fato: podemos encontrar facilmente plano inclinado sendo vendido no mercado hoje, alguns em materiais de baixo custo, o que é bastante positivo em termos de acesso e alcance pelas diversas populações, porém, ainda que o produto seja vendido "livremente" isso não significa que seja adequado. A inclinação fixa pode ser insuficiente ou, pior ainda, pode estar acima do necessário, prejudicando o desempenho ao invés de facilita-lo. 

O Terapeuta Ocupacional é o profissional responsável por prescrever, adequar, treinar, acompanhar e orientar o uso do plano inclinado e qualquer outra solução assistiva. 

Procure um TO para melhor lhe orientar. 

segunda-feira, 30 de março de 2015

Terapia Ocupacional e Atraso de Linguagem



As alterações e atrasos de linguagem são perturbações do desenvolvimento; este, acontece por etapas hierárquicas, e quando não se dão de modo espontâneo, é necessário o atendimento de especialidades. 
A primeira especialidade a ser procurada é a Fonoaudiologia, profissão que trabalha, entre outros, com o desenvolvimento da comunicação, e de fato, é indispensável à criança com este diagnóstico!
Porém, outros especialistas têm saberes a aplicar junto a essa criança, que irão contribuir significativamente para seu desenvolvimento. Neste post, falarei da contribuição do atendimento terapêutico ocupacional. 
Como dito acima, o desenvolvimento se da de forma hierárquica, ou seja, habilidades básicas vão se aprimorando e tornando-se mais refinadas e complexas; o desenvolvimento também se da de forma simultânea, onde  habilidades percepto-cognitivas desenvolvem-se paralelamente as habilidades motoras. 
Com isso, quero dizer que é comum que crianças com atraso de fala e linguagem apresentem também, atrasos nas aquisições de:
  • Independência  nas Atividades de Vida Diária (AVDs);
  • Dificuldades de participação social; 
  • Prejuízos no brincar coletivo;
  • Dificuldade em compreender regras e comandos; 
  • Atrasos no desenvolvimento da coordenação motora fina;
  • Dificuldade de atenção, pensamento e memória;
  • Transtornos de conduta; 
  • Dificuldade em lidar com dificuldades e frustrações; 
  • Dificuldade de aprendizagem; 
  • Outras comorbidades decorrentes do atraso de linguagem.
É super comum (pelo menos no meu contexto) que o fonoaudiólogo encaminhe os pacientes com dificuldade de linguagem para avaliação do terapeuta ocupacional, visto que as comorbidades acima citadas, causam déficits ocupacionais e de desempenho bastante importantes, e este verifique a necessidade de intervenção, auxiliando no progresso do atendimento fonoaudiológico e promovendo desenvolvimento global das crianças. 
Se sua criança tem atraso de fala e linguagem e você nota algumas comorbidades que entrevam o desenvolvimento, procure um terapeuta ocupacional e solicite uma avaliação. 


sexta-feira, 27 de março de 2015

Possibilidades de variação de jogos - LINCE



Olá! 
Hoje o post será o primeiro de uma série que irei realizar, sobre os jogos/brincadeiras e suas variações.
Nos atendimentos da Terapia Ocupacional, todos  realizados com atividades, sejam elas, meio e/ou fim do objetivo traçado, utilizamos os jogos, brinquedos e brincadeiras comuns do contexto da infância. 
Estes recursos vem com regras de como devem ser executados, mas isso não significa que não seja possível decompor as características deles, graduando de modo que o maior número de crianças possa ser estimulada. 
Este é o objetivo deste post, mostrar algumas variações que realizei a partir do jogo original, baseada na análise da atividade de cada paciente. 
As variações logicamente podem ser realizadas para qualquer criança, o que possibilita também maiores estímulos cognitivos, principalmente criatividade e flexibilidade cognitiva, quando eles percebem que podem criar novas formas de brincar. 


O jogo original é uma competição, onde cada jogador recebe 3 fichas, o jogador que conseguir localizar as 3 figuras em mais rapido, ganha uma pedrinha. Vence o jogo quem juntar mais pedrinhas. Um modo excelente para trabalhar atenção, agilidade, concentração, percepção de figura fundo, socialização, aceitação de regras, limiar de frustração, entre outras habilidade essenciais no processo de aprendizado. 
A criança em atendimento de TO pode apresentar características que devem ser estimuladas, e pode ser que a forma convencional não seja a mais indicada para o estímulo, e por isso, nós adaptamos. 


  • Nesta foto utilizei as fichas do jogo para trabalhar com uma criança de 3 anos, aspectos cognitivos da fase de pré alfabetização, aquela fase em que se aprendem conceitos básicos de categoria, contagem, formas, localização espaço temporal, etc. A fase de desenvolvimento em que a criança se encontra é fundamental para realização do estímulo correto. A brincadeira foi de separar os animais por "locais onde eles moram". Foi possível com essa variação trabalhar a localização espacial (em cima, embaixo, meio), noção de quantidade, brincadeira simbólica (montar o zoológico, imitar os animais, quais são bonzinhos e quais são bravos, etc), aumentar repertório lúdico, modular comportamento (atividade que exige atenção sustentada e quietude). 





  • Na imagem acima, o objetivo era mediar através da atividade, o treino de preensão trípode, na criança de 5 anos. Realizar treino de escrita, é literalmente chato, e por isso em atendimentos de reabilitação infantil, tudo é permeado por alguma atividade lúdica. A idéia foi sortear as fichas e fazer um desenho igual. Trabalhamos a aceitação e a segurança diante do imprevisto, o pensamento, atenção e expressão; a persistência ao colorir e limiar de frustração diante de erros. A preensão (para mim figura, para ele fundo) foi trabalhada durante todo atendimento, sem aparecessem as queixas de dor, cansaço, sono, fome, ou qualquer outra que o tirasse daquele esforço. Utilizei a tampa da canetinha para enfatizar a função de apoio de 4º e 5º dedos, liberando o 1º 2º e 3º dedos para função de pinça. 

Existem outras variações possíveis, como trabalhar memória (lembrar fichas selecionadas, falar animais que não foram encontrados dentre as fichas), categorizar as fichas por grupos (animais, alimentos, objetos, meios de transporte, etc), e mais o que nossa mente criar de acordo com o momento da criança. 

A idéia é: INVENTE!!!!

Grande abraço. 
Priscila Boy, 
Terapeuta Ocupacional. 

terça-feira, 17 de março de 2015

Dica de brincadeira introdutória ao treino de ABVD - Calçar meias

Hoje a estrela do blog é meu sobrinho amado. Passar algumas horas com Hugo sempre me traz um monte de idéias... na verdade, as idéias são todas dele, eu só aproveito da criatividade da criança, onde tudo vira brincadeira, tudo é descoberta, tudo pode ter a função que se atribui... o que inclusive é uma das habilidades do brincar, quando a criança atribui uma nova função àquele objeto!

Hugo retira do punho do papai uma gominha e começa a coloca-la nas mãos, de repente, coloca nos pés e perna...eis que visualizo todo o movimento, raciocínio e tentativas similares ao ato de calçar meias, e a analogia foi imediata (assim como a foto, rsrs). 

Hugo está com 1 ano e 10 meses e tem desenvolvimento típico. Calçar meias poder ser um aprendizado pra idades mais avançadas (2anos 2 anos e meio), em crianças com alguma dificuldade ou atraso esse aprendizado pode levar um pouco mais de tempo! Não se apresse! A criança a qual é conferido autonomia, sinaliza seus avanços. 

No consultório percebo que ensinar a calçar o sapato é bem mais simples, e que as meias, normalmente levam um tempo maior de estimulação. Nesse caso, a gominha veio como uma luz aos meus atendimentos e orientações, e acredito que pode ser pra você também! 

Utilizar a gominha permite que a criança visualize todo o processo e objetivo da atividade. Ela não perde contato visual com os pés, aprende o manuseio da meia (abertura lateral com os polegares), fortalece a musculatura da mão, estimula desenvolvimento motor, cognitivo e social, a medida que ela persiste, pensa, se concentra, recebe reforços positivos de seu desempenho e tentativas! 

Por isso colegas TOs, mães, professoras de ensino infantil e quem mais se interessar, se está difícil para o pequeno compreender e aprender essa Atividade Básica de Vida Diária, brinque com gominhas e posteriormente faça a analogia com as meias. Acredito que será bastante válido! 

Abraços, 
Priscila Boy. 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Dica Brincadeira Sensorial


Olá! 
Nesta semana realizei essa atividade com um dos meus pequenos. Ele foi encaminhado para terapia ocupacional, dentre outros motivos, por apresentar uma resistência sensorial tátil que o limitava em suas atividades escolares e de brincadeira; os transtornos sensoriais dessa criança também se refletem na alimentação, com quantidade muito pequena, ele atinge a saciedade, além de apresentar uma gama de restrições de sabores, texturas e temperaturas. Somente sinaliza fome quando esta é intensa. Há também uma dificuldade de identificação sensorial tátil, inclusive de identificação de sensações esfinterianas. Por fim, ele tem atraso importante no desenvolvimento da preensão, às vésperas de completar 5 anos, ainda utiliza preensão palmar e fraqueza no traçado. 

Todas essas demandas causam déficits ocupacionais importantes à criança, em todas as suas áreas de ocupação (brincar, educação e auto-cuidado) sendo claramente, demandas para o atendimento do Terapeuta Ocupacional. 

Nesta atividade tive o objetivo de introduzir a aceitação da brincadeira sensorial. A criança deve transferir o líquido de um pote para outro, utilizando a esponja. Durante essa brincadeira o trabalho de fortalecimento de membros superiores é bastante presente e com possibilidades de graduação de dificuldade bem possíveis. A temperatura da água, a sensação da mesma escorrendo pelas mãos e braços e respingando no corpo, o cheiro e textura da espuma, são sensações táteis que vão estimulando o cérebro da criança e gerando desconforto e consequente adaptação e acomodação ao estímulo. Essa brincadeira é de fácil aceitação e pode ser usada para iniciar as brincadeiras que até então permeiam o universo de recusa, pois água, esponja e espuma são sensações corriqueiras do cotidiano de qualquer criança, e parte da teoria da Integração Sensorial parte  do conceito de que todo estimulo deve ser dado para que a criança tolere e então seja possível a acomodação e aceitação de estímulos mais intensos, de modo que o progresso seja a participação nas diversas atividades, sem recusas. 


Como graduar a dificuldade dessa atividade?

  • Quantidade de líquido;
  • Quantidade de espuma; 
  • Viscosidade do líquido; 
  • Atribuição de outro estímulo sensorial simultâneo, como por exemplo, adicionar cor à espuma, ou modificar postura durante tarefa se a criança tolerar (sentado em superfície instável); 
  • Estender os ombros durante a força para espremer; 
  • Fazer com uma mão apenas, etc. 
E o mais importante! Ele AMOU a brincadeira!!! 

Dúvidas? 
priscila_boy@yahoo.com.br
facebook: Priscila Boy Terapeuta Ocupacional
Instagram: @priscilaboyterap.ocupacionalbh

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Vamos Retirar a Fralda?



Crianças com desenvolvimento típico inciam processo de controle esfincteriano por volta dos 24 meses (sim, pode ser um pouco antes ou um pouco depois). 

O desenvolvimento desse controle depende de maturação fisiológica (perceber e controlar as sensações de seu corpo), de questões psicoafetivas como relação com os pais e comportamento da criança, e por fim, de questões socioculturais como por exemplo, ambiente e incidência de pressão sobre a criança. 


Além disso, alguns fatores podem influenciar na aquisição do controle como: sexo, idade de início do treinamento, quantidade de tentativas anteriores, fatores culturais e eventos estressantes. 

Vale ressaltar que as dicas a seguir servem para o treinamento de crianças neurotípicas ou não, sendo necessário saber o momento ideal para o treinamento. No caso da criança com deficiência, é ideal que o Terapeuta Ocupacional que a acompanha realize as orientações, mas no geral, as dicas e estratégias básicas, para aquisição de independência nesta Atividade Básica de Vida Diária (ABVD) são essas: 
 
Toda criança necessita de ROTINA, por isso é fundamental que no início do treinamento, as visitas ao banheiro aconteçam em intervalos de tempo cronometrados. Inicie com intervalos de 30 minutos. Posteriormente aumentando em frações de 15 minutos, até que a criança comece a verbalizar e identificar a necessidade de ir e adquira autonomia para ir sozinha. 
Acidentes VÃO ACONTECER!!!!! 
Nesses casos a postura dos pais é DETERMINANTE. Não repreenda. Não xingue. Não grite. Não puna. ORIENTE, ACOLHA e INCENTIVE para que da próxima vez ele consiga ir a tempo para o banheiro.  
Seja COERENTE!
Durante o treinamento para retirada da fralda, toda eliminação deve ser feita no banheiro. Se a criança verbalizar a necessidade de ir JAMAIS diga "você está de fralda, pode fazer!", isso confunde a cabecinha dela. Se estiver em local que não há possibilidade de ir ao banheiro, oriente que a criança tente segurar, porém, já esperando por um acidente ou uso da fralda. 
IMPORTANTE: no inicio do treinamento, deixe a criança sem fralda em ambientes seguros (casa, escola, casa de familiares) e coloque a fralda para ir a locais onde não tem acesso fácil ao banheiro a fim de evitar a exposição e constrangimento da criança. 
A retirada da fralda é um marco de desenvolvimento importantíssimo! Até o vencimento do processo, o cocô e o xixi são para a criança, parte de seu corpo, e por isso, pode ser "dolorosa" a sensação de eliminar "parte de seu corpo". Por isso, sempre que obter sucesso no uso do sanitário
, parabenize a criança, ofereça explicações simples sobre o processo, vibre, bata palmas e dê tchau ao dar descarga, orientando à criança a perceber que fez algo bom! 

A criança precisa estar segura. Ou tenha um redutor sanitário ou mantenha um penico no banheiro até que ela aceite o uso do vaso adulto. Outra forma de perceber que o vaso não vai a "engolir" (pode ser essa a sensação de uma criança ao sentar no vaso sem redutor) é permitir que ela veja o uso do mesmo pelos seus pais. Oferecer apoio para os pés também confere grande estabilidade e segurança, além de facilitar o emprego de força durante evacuação. 
Não exija que a criança fique muito tempo sentada no vaso. Isso causa frustração e intimida. Lembre-se ela ainda não controla seu esfincter, portanto, prendê-lo ou soltá-lo não é tão fácil assim!!


Para aliviar o stress do treino, principalmente na hora de evacuar, permite que a criança leve seu brinquedo de preferencia para o banheiro. É possível que ela se distraia e consiga eliminar sem exatamente se preocupar com seu desempenho! 
O controle noturno é mais demorado. Portanto mantenha a fralda noturna. Para retirá-la você vai observar a frequência com que tem amanhacido seca e então decida o momento de retirar. 

CARINHO PERSISTÊNCIA e DEDICAÇÃO fazem toda diferença. 

Espero que sejam dicas úteis. Mãos a obra! 

Dúvidas? 
Email: priscila_boy@yahoo.com.br
Facebook: Priscila Boy Terapeuta Ocupacional

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Não foi uma sessão de Terapia Ocupacional, mas foi terapêutico!





Em plena segunda de carnaval, não poderia deixar de postar o que aconteceu! Não há como dizer que foi uma sessão de Terapia Ocupacional, porque se trata do meu avô (o vô Boy), mas também não há como afirmar que não foi terapêutico.

Meu avô tem enfrentado as dificuldades do envelhecimento. Com quadro demencial, tem perdido algumas funções, dentre elas, a de dirigir, o que pra ele tem sido bastante frustrante. Ele é capaz de compreender que não pode mais dirigir por longos trechos ou em locais de trânsito intenso, mas não aceita ainda o fato de não poder mais, ser dono do seu ir e vir (de carro).

Recentemente foi ao geriatra e colocou sobre sua insatisfação com essa limitação. O mesmo fez alguns testes de reflexo e atenção, e como esperado, meu avô não correspondeu de forma adequada. 

Hoje, fiz com ele essa “brincadeira” e durante a execução fui traçando analogia entre a atividade e o ato de dirigir. Não tinha objetivos previamente estabelecidos, fui conversando com ele e a atividade surgindo. Através dela ele compreendeu (pelo menos no momento) sua dificuldade com movimento sequencial, atenção, velocidade de seus reflexos, memória, resolução de problemas, antecipação da ação do outro, etc. 

O positivo dessa história, foi que se eu propor a realizar sessões de estimulo cognitivo com ele frequentemente, não serei bem sucedida (santo de casa não faz milagre), mas, o fato de eu ter a compreensão do significado dessa atividade para ele ajudou a diminuir a frustração do “não” dado pelo médico. Ele guardou os cartões com os números e disse que vai treinar, para que quando voltar ao médico “provar” a ele que pode sim dirigir “só daqui ali na igreja” (outra atividade extremamente significativa).

Outro ponto positivo também, foi uma nova atividade que "descobri" para melhorar nossa intervenção. 

A ideia é ter as mãos dos participantes intercaladas (como na foto) de modo que sua próxima ação, seja seguida pela ação do colega ou terapeuta. Nessa atividade, podemos trabalhar questões afetivas, sociais e percepto-cognitivas. É uma atividade que permite diversas variações, como número de participantes, sequenciamento por números, cores ou letras por exemplo, controle sequencial visual ou auditivo ou ambos, ordens de comando para mudar a direção das batidas e por ai vai, de acordo com as habilidade de nossos pacientes e criatividade dos terapeutas. 

Terapeuta é assim, de uma simples conversa ou visita, encontramos possibilidades ricas de estímulos.